domingo, dezembro 24, 2006

Chegamos ao final de mais um ano, as esperanças renovam-se, as expectativas aumentam e os anseios recrudescem. As pessoas desejam a si mesmas sucesso em vários aspectos da vida: profissional, social, politica, e fundamentalmente amorosa.
O alcance da felicidade para muitos é conseguir um aumento de salário, uma promoção no emprego, mas todos desejam uma vida amorosa satisfatória.
Conforme chega o fim do ano as pessoas sentem-se como num último capítulo de novela ou a parte final de um conto: as pessoas têm de arranjar um parceiro (a) para ser feliz plenamente.
Há um modelo de felicidade , sustentado numa idealização romântica, que impõe que para se ter uma vida satisfatória é preciso ter uma relação fixa e duradoura, e quem não chegar a este padrão derelacionamento não pode ser feliz.
É claro que muitas mudanças sociais ocorreram: o casamento já não é mais a regra, cedeu lugar á união estável, mas infelizmente a mensagem que fica é que umrelacionamento estável com alguém é fundamental.
O mito da alma gêmea é continuamente reforçado pela cultura de massa e cultura popular nesta época do ano em que se abrem novas esperanças de uma vida feliz. A busca incessante da "outra metade" como forma de complementação irá gerar duas situações: opressão e sofrimento na medida em que as pessoas optam pela manutenção de uma relação desgastada e infeliz, ou que no próximo fim de ano as pessoas renovem essa alentação por dias melhores necessariamente ao lado de alguém.
Que o ano que entra nos faça refeltir acerca deste padrão de relacionamento, e que possamos nos libertar deste paradoxal modelo opressor de felicidade.